Por Madson Luiz Moda*

Benditos Millenials! Esticam a mão quando acordam. Usam este grande órgão de pleno contato humano (não é a língua, não! São os dedos), na medida em que veem-se servidos de todo um cabedal de serviços, que pode incluir, de modo integrado e oneroso (mesmo), quaisquer outros serviços domésticos e de segurança de base informacional. E isso porque falamos do popular “Celuleth”. Em face do que seja a concepção artística, em meio século, as cifras já não correm mais absolutizadas no Rock’n’Roll, enquanto inatacável estilo, advindo dos estúdios de Tio Sam, conforme uma Rolling Stone da vida aferiu em pesquisa. Significaria uma derrocada em cinquenta anos? Derrocada de divisas, em face do que ocorreu historicamente há cinqüenta anos?!
A visão de justeza de conduta e plena comunidade alternativa, que em determinado momento engajou uma leva populacional (quantitativamente) de uma cidade inteira, agrada esta turma, já citada, de Millenials?! Tudo isso em face do que certas visões muito particulares de realidade perturbadora e simbiótica nas artes plásticas geram enquanto tremendo capital simbólico resultando em tantos e quantos puristas ressabiados frente a décadas de distância de uma tendência cinematográfica do tipo, para os dias atuais, serem objeto mesmo de um valioso roubo (se é que se pode assim chamar!)
O prisma da Sociologia acaba sendo aqui usado, nestes recortes lucrativos da realidade, em face do que suas abordagens culturais implementam sabores e dissabores culturais de indução, reforço ou suspensão de comportamentos junto a sociedade global, ou mesmo no espectro de discernimento de realidades regionais, mormente bem informadas! Eis aí o escopo desta seção!
O ano é 2019, o rico palco de uma série de lembranças que uma Netflix da vida quis logo sair na frente, no que tangia a produzir algo sobre o meio século de chegada terráquea à Lua, comemorados este ano; trataram logo de bolar algo lucrativo com isso, em face de um ator como Sean Penn puxar a responsabilidade para si, enquanto protagonista em “The First”.
Em face do que poderia, e certamente foi, lucrativo para a mais famosa empresa de streaming do planeta, percebe-se todo um interesse comum (senão conluio) de necessariamente seis grandes produtoras da área que acreditaram nesta realidade histórica espacial da cultura humana, viabilizando quais produtivas discussões a respeito. Creio ser procedente citar necessariamente duas, em face da envergadura do projeto: inicialmente o Channel 4, trazendo os típicos interesses comuns em prol do conhecimento científico de que se agradam os britânicos, em se tratando de empresa estatal de televisão criada por Ato do Parlamento Britânico para Utilidade Pública. E secundariamente: a Hulu, com seus investimentos a partir do serviço de OnDemand de vídeos e hospedagem de arquivos, mantida que é tanto por holdings como Disney Company (de modo majoritário) e mesmo Comcast (de modo minoritário), que mantém produtoras como a Paramount Pictures (preferida do Tom Cruise).
A Universal Pictures foi para além de um investimento momentâneo, permitindo uma visualização de longa data em face do feito espacial. Ao se perceber que Ryan Gosling e Claire Foy, enquanto o casal Armstrong, atuaram magistralmente em “The First Man” (O Primeiro Homem, 2018), percebeu-se, de fundo, um investimento de risco conjunto em face do valor histórico do momento. A primeira associada do projeto foi com a DreamWorks Animation LLC. Não de se estranhar. O tema demonstrava ser caríssimo a Steven Spielberg, considerando as investidas do cineasta, na década de 1980 com E.T. (no primeiro papel de Drew Barrimore, enquanto atriz infantil), bem como, na década de 1990, com “Guerra dos Mundos” (“War ofthe Worlds”, enquanto adaptação contemporânea do romance homônimo de Herbert George Wells), em face de um gosto reiterado do bardo pela realidade extraplanetária. Algo comungado por Jeffrey Katzenberg (considerando sua jornada na Disney Company quando de sua gestão) e David Geffen, a terceira letra que incorpora o subtítulo da empresa (SKG) na sua mais famosa logomarca, muito presente em grandes produções desde o ano de 1994.
Outra irmã produtora no empreendimento, localizada também na América Anglo-Saxônica, é a Temple Hill Entertainment (também chamada Temple Hill Productions) fundada por Wyck Godfrey e MartyBowen, no ano de 2006. Não é pouca coisa a nível de investimento, quando percebe-se este mesmo grupo embolsar uma nota diante de sagas como “MazeRunner” e “Crepúsculo” com Robert Pattinson e KristenStwart,
E o que demais a falar? O que mais ilustraria um interesse sensível diante do momento histórico? Em se tratando de investimento, tal interesse atravessa as raias do Pacífico quando se percebe a Dentsu Incorporated, enquanto agência de publicidade, de origem japonesa, sediada em Tóquio, estender seus tentáculos para junto do filme citado (produzido em 2018) conforme a agência responda enquanto uma das maiores do mundo; sem falar em uma antiga integrante da Fuji Media Holdings Incorporated, que é a Fuji Television, enquanto rede televisiva japonesa, também sediada em Tóquio.
Ver o Oceano Pacífico enquanto nova rota no foco de investimento histórico mundial, nos dias atuais, é algo exemplificado pela PerfectWorl Pictures, empresa chinesa que impressiona diante do portfólio de atuações dentro tanto da televisão, quanto do cinema, e da publicidade – área que mais impressiona – conforme atuem nesta área quanto a conteúdo e negócios de Merchandising, e, mesmo, a curiosa gestão de talentos. Logo, em 50 anos deste passo para a Humanidade – desacreditado por muitos, enfim! – boa parte desta mesma Humanidade coloca seus investimentos em uma espécie de ampla discussão que abarca quantos e quaisquer povos. Abarca de modo tão arriscado quanto caro!
Trata-se de um momento histórico dentre outros sobejos, prontos para aqui serem abordados, à sombra do traço da cultura na geração de divisas e o comportamento reativo e distintivo que o segue!
Em face deste mesmo embasamento berlindado: o cultural. Temos as lembranças de Woodstock batendo às portas, nestes também 50 anos de curiosa referência da então geração. Em face do que se tenha, para a época, a mobilização de 450.000 pessoas diante de um festival qualitativamente eclético e desprovido de quaisquer elementos de luxo, lançou-se a contracultura como tendência a quantos comportamentos de consumo doravante pudessem ser relacionados. Embora não intencionadamente.
Por conta disso, Michael Lang, grande produtor do evento citado, sendo hoje um septuagenário, trazia certa perspectiva do que aquele ativismo, de modo concentrado, consolidado, representativo e igualitário poderia significar na geração dos Millenials, citados. Não representou nada. Conforme Michael Lang visse o aquecimento global como a maior ameaça à humanidade no momento, não houve qualquer espécie de organizada mobilização (considerando redes sociais e tudo mais) que viabilizasse “Woodstock 50″ a tornar-se uma qualitativa reedição do já esboçado festival em seus 50 anos de memória, conforme superasse barreiras, tomadas como não transpostas, em que locais, licenças e apoios financeiros (em função do evento) empacaram tudo!
Se todos os atores políticos ou institucionalizados, tivessem se mobilizado – tendo vivido aquela época ou não, tendo ou não a idade de Lang – para que o evento ocorresse á sombra da palavra ativismo”, com certeza o resultado seria outro. Porém, percebe-se que o aquecimento global pode ser consequência do que for, mas também o é diante de um certo conforto frente a um consumo de elementos que antes eram tomados até como objeto de protesto. Como no caso de Woodstock (década de 1960) em que o luxo não aparecia e nem era valorizado (lembram quando citado no texto?!) Para as gerações de hoje, ele é visto como identitário e triste elemento de bandeira. Um traço da geração Millenials com que o nobre Michael Lang não contava, a ponto de ser categórico em seus argumentos na Reuters que o que seria chamado, na época, enquanto tal (ativismo) não foi sequer cogitado para formar aquele espírito agregador e que, ao mesmo tempo, pairasse sobre os ânimos da reedição!
Em face do atual ano significar meio século de alguma coisa: as bases da Cultura Popular Moderna tiveram estruturadamente sua expressão na figura do quarteto de Liverpool. Dentre todos os discos dos Beatles, em que se possa distinguir diferentes qualidades, “Abbey Road” foi notadamente o melhor (em face do que seja o termo “melhor”), conforme a Rolling Stone (maior revista de entretenimento do mundo) corroborou, em pesquisa, no ano de 2009; em face do que a banda estaria separada, o então álbum marca o divisor de águas por conta, enquanto 11º disco do quarteto; tal disco curiosamente é o único que não possui, na capa, nem o nome do álbum, nem o nome da banda, senão a foto concebida por Ian MacMillan, fotógrafo escocês, de John, George, Paul & Ringo atravessando a faixa de pedestres em frente aos estúdios EMI, para a gravação do trabalho.
Em face do que foi a quinta foto, dentre seis (no total) tiradas por MacMillan, a foto tornou-se célebre e muito festejada, na medida em que, atualmente, tanto a faixa de pedestres em questão, quanto os estúdios citados (que hoje tem o nome mudado para “Abbey Road”) usufruem do status de proteção governamental. Isso exatamente em 2010; como percebido, um ano depois do resultado da pesquisa realizada pela Rolling Stone.
Depois desta separação dos Beatles, face os 50 anos do trabalho que significou isso, parte da fortuna dos quatro sofreu um relativo baque. Em que os reis do Yeah-Yeah-Yeah sucumbiram ante o Lobisomem Rei do Pop?! Basta que se entenda, caminhando cada um para o seu lugar, alguém administrou o que pôde, há cinquenta anos, com as alianças que então cabiam a respeito. Chegam os anos 1980, e aparecem as alianças competentes neste mundo rentável do entretenimento musical. No caso, a figura candente era o citado, ainda há pouco de forma reconhecida, Michael Jackson.
McCartney teve contato com a “peça” nas gravações do clipe SaySaySay, conforme houvesse o abalo frente a morte de John Lennon e Paul ainda se comportasse como um artista de gravação necessariamente. Em face disso, houve uma significativa conversação do Rei do Pop com o Rei do Yeah-Yeah-Yeah diante do que seriam os direitos autorais do trabalho. A coisa caminhou de tal modo que, no ano de 1985, quanto o songbook Lennon-McCartiney, e seus direitos, acabaram indo a leilão público, a pessoa de Michael Jackson conseguiu comprar 250 canções do songbook (em um conjunto de outras mais de duas mil músicas) sob o valor de 47 milhões e meio de dólares.
Em face do que este conjunto de cifras possa ter significado em cinquenta anos em que Abbey Road fora concebida, imaginem o sacrifício de Paul McCartney em usar mais de trinta anos da sua vida em face do esforço em recuperar um relativo percentual destas composições do SongBook assinado por ele. Poderíamos estar comemorando uma reconquista que, diante da dita necessidade de sobrevivência, sucumbiu aos termos do mercado norte-americano, que também produziu uma ótima raposa em termos de proveito para se tirar de uma situação tomada como amigável (gravação do cilp); que certamente traz outras explicações quanto ao catálogo artístico de outro Astro Rei: o do Rock, Elvis Presley (tem gente que não sabe!)
Bem, o capitalismo com suas habilidades estratégicas em cinquenta anos! Porém, em 40 anos há valores que parecem totalmente esdrúxulos, até que se perceba o que circunda muito desta aparência desagradável: simbolismo artístico.
Ridley Scott, a nível de bilheteria, teria chegado aos píncaros, conforme uma de suas produções conseguisse marcar época: “Alien, o 8º passageiro”. Poucos sabem, mas a então criatura-chave de toda a trama era fruto de uma vivência de concepção artística de um certo artista suíço, de tendência surrealista, e franco observador da “Biomecânica” (em que elementos biológicos integram elementos inanimados). No caso, Hans RuediGiger (mais popularmente assinalado Hans Rudolf Giger), conquistou, na então produção de Scott, o Oscar de efeitos especiais, a partir do que traria de sua formação acadêmica em Arquitetura e Design Industrial, em Zurich, viabilizando para a além da então data – ou seja, a quarenta anos atrás – produções como “Poltergeist II”, sob os auspícios de Spielberg, e “Duna”, tendo a atuação de Sting (ex-membro do grupo britânico “The Police”).
Em face do que a notoriedade do então personagem que teria necessariamente concebido (ou seja, o Alien), a figura de Hans Giger pôde ainda usufruir de um crédito quanto a desenhar os interiores de dois bares, na Suíça, a partir do que seriam naves alienígenas abandonadas, como a exemplo do que abrilhantara há duas décadas atrás. Enfim, por que pensar que um conjunto de jóias, tematicamente biomecânicas, e lembrando os traços, grosso modo falando, daquela maldita barata galáctica com sangue ácido (perseguindo a Sigourney Weaver, em quatro filmes) haveria de ser avaliada em 18.450 dólares, em face de um maldito roubo das mesmas, na cidade natal de Giger, se este mesmo artista não fosse imbuído de um capital simbólico tamanho, frente ao que artisticamente quer-se chamar de “bonito de ver”, mas não é?! Nesse capital simbólico de quarenta anos está o Oscar (já citado) para aquele momento, e a ventura de um museu, como fruto do conjunto da sua concepção, na cidade suíça de Gruyere.
A extensão para um categórico artista plástico versátil consegue abarcar, dentro de ums contracultura rentável, a atuação de Hans Giger na indústria da música, em face de grupos musicais (como Emerson, Lake & Palmer) o contratarem para a confecção de capas de LP que deixassem as pessoas de queixo caído. Para um ano de 2019, pouca coisa não é, que tenha um sentido de rentabilidade (ainda que relativa; porém intencionalizada) que cause o mesmo e impactante efeito!
Louvada Seja a Trindade Santa!
* Madson Luiz Moda, sociólogo, filomata, santareno.